Currículo real, oculto e prescrito

O Currículo Real é o currículo que acontece dentro da sala de aula com professores e alunos a cada dia em decorrência de um projeto pedagógico e dos planos de ensino (MOREIRA; SILVA, 1997).

 

É um desafio imposto ao professor a partir do currículo prescrito. É exemplo do currículo construído coletivamente na sala de aula, o trabalho com projetos. Os projetos partem do interesse dos alunos sobre determinado tema. A partir daí, o professor sistematiza o conhecimento mediante as diretrizes do currículo prescrito, porém incorporando características culturais e sociais e experiências vividas e compartilhadas na sala de aula. O currículo real rompe com a fragmentação estrutural do currículo formal, provendo a interdisciplinaridade.

O Currículo Oculto é o termo usado para denominar as influências que afetam a aprendizagem dos alunos e o trabalho dos professores. O currículo oculto representa tudo o que os alunos aprendem diariamente em meio às várias práticas, atitudes, comportamentos, gestos, percepções, que vigoram no meio social e escolar. O currículo está oculto por que ele não aparece no planejamento do professor (MOREIRA; SILVA, 1997).

Ocorre geralmente quando o professor vai além do planejado. São práticas, atividades, questionamentos, que surgem em complementação ao currículo real, em grande parte, para atender um interesse do aluno. Também os objetivos alcançados ultrapassam o planejado.

O Currículo Formal ou Prescrito refere-se ao currículo estabelecido pelos sistemas de ensino, é expresso em diretrizes curriculares, objetivos e conteúdos das áreas ou disciplina de estudo. Este é o que traz prescrita institucionalmente os conjuntos de diretrizes como os Parâmetros Curriculares Nacionais.

O debate sobre currículo é necessário entre educadores, uma vez que ainda é comum nas escolas a sistematização fragmentada e descontextualizada dos currículos escolares. Muitos professores ainda se atêm ao aspecto quantitativo em detrimento ao qualitativo, preocupados em cumprir o planejamento no tempo certo, sem se preocupar com a construção do conhecimento da criança. É preciso repensar as ações pedagógicas na sala de aula, transformar os currículos, construí-los coletivamente, dar significado ao conhecimento.